Violência de um grupo contra um indivíduo, acobertada pelos colegas e mantida a distância pelos professores é muito freqüente nas escolas.
Este quadro pode levar os jovens a desenvolverem uma série de doenças emocionais ou físicas devido ao stress a que estão expostos diariamente entre elas: depressão, síndrome do pânico, gastrite, colite, asma, bronquites, distúrbios alimentares, empobrecimento de sua auto-estima, isolamento, passividade, baixo rendimento escolar e interesse na escola e, em casos extremos, leva ao suicídio.
Pesquisas indicam que 60% dos casos de bullying no Brasil ocorrem na sala de aula. Para lidar com estes comportamentos nas escolas os pais e orientadores devem investigar o que está acontecendo e não sub-valorizar o ocorrido, pois os prejuízos aos alvos são muito severos e é muito difícil para as escolas admitirem esta situação. O bullying aparece com mais freqüência entre estudantes de 12, 13 e 14 anos, período da puberdade e em que os adolescentes enfrentam novas relações interpessoais. A necessidade de se afirmar, a insegurança e a timidez, típica da idade, colaboram para seu surgimento.
Muitas crianças não dizem aos pais que estão sendo alvo, porque ficam com medo de que eles venham a culpá-las ou de que outros fiquem sabendo que contaram e, assim, aumentem mais as provocações. Pesquisas na Europa mostram que 50% das vítimas não contam aos pais nem aos professores o que aconteceu. É importante que os pais não culpem seus filhos pelo ocorrido e que elogiem sua atitude de relatar o que o atormenta.
Contudo, existem alguns comportamentos que podem sinalizar aos pais que seus filhos estão sendo vítimas do bullying:
- Resistência sem explicação em ir à escola.
- Medo ou ansiedade.
- Distúrbio de sono.
- Queixas físicas (dor de cabeça ou estômago) especialmente nos dias de aula.
Um estudo em 2001 elaborado pela fundação Família Kaiser e Nickelodeon revelou que 74% das crianças entre 8 e 11 anos reportaram a existência de bullying em suas escolas; 86% das crianças entre 12 e 15 anos também observaram a existência de bullying.
Freqüentemente as crianças intimidadoras aprendem este modelo sobre o poder da agressão com seus pais e parentes, geralmente são indivíduos que dispõe de poucos recursos emocionais, não tem família estruturada e se sentem abandonados e menosprezados. Estes gostam da sensação de poder, têm dificuldade de relacionamentos, sentem-se inseguras e são humilhadas por adultos.
O que potencializa uma pessoa a se tornar alvo é a fragilidade emocional associada à diferença de padrão imposto pela sociedade. Normalmente são indivíduos pouco sociáveis e quase sempre não reagem.
Por todos os prejuízos psicológicos bem como escolares que a vítima do bullying pode estar sujeita é de extrema importância que pais e professores estejam atentos aos sintomas e quando tiverem dificuldade para lidar com estes procurar ajuda de um psicólogo.