A grande dúvida que os pais apresentam é de como impor limites e educar seus filhos da maneira menos prejudicial possível. Muitas vezes sentem-se culpados quando estabelecem limites ou regras e apresentam necessidade de proteger a criança.
O lugar do pai severo que impõe normas e da mãe que as cumpre e faz cumprir, foi contestado. Maior liberdade de expressão dos filhos, maior atenção dos pais. Com isso, o desejo do filho é que manda. Se antes considerava-se a criança sem desejo, hoje o desejo dela é por vezes ditatorial; quem abre mão do que quer são os pais.
Isso ocorre, pois nossa geração anda muito culpada e assume uma postura super protetora, os pais sentem-se sempre devedores à criança. Sem percebermos passamos a idéia que as dificuldades devem ser compensadas com os bens materiais. Não posso ser o melhor pai, mas trabalho e posso dar presentes para meu filho.
Com isso onde anda a auto-estima e segurança dos pais? Quem sabe seja preciso assumir seus limites e mostrar às crianças que os problemas fazem parte da vida de todos.
O sentimento de frustração pode tornar-se muito freqüente em função do desejo da criança que é ilimitado e não leva ainda em conta os aspectos da realidade. É característica da natureza do desejo que este seja ilimitado, com fantasias de tudo querer e tudo poder. Só com o desenvolvimento e com a ajuda do adulto é que a criança pode ir aprendendo a restringir certas vontades e a trocar uma coisa por outra.
É fundamental que os adultos possam compreender que frustrar o filho não é ser “mau”, e sim, dar-lhe proteção e cuidado. É preciso que os pais possam aceitar as reações de agressividade e sofrimento dos filhos perante suas frustrações, de maneira a permitir que eles se desenvolvam. O sofrimento faz parte da vida e, tentar poupar os filhos dessas experiências, é prejudicá-los no enfrentamento da vida.