Como elevar a auto-estima do seu filho?
Carolina Pinheiro Fioco, Psicóloga
15 de agosto, 2008

auto-estimaAs crianças e adolescentes com obesidade e sobrepeso sofrem muito por não estarem fisicamente dentro do padrões adotados pela sociedade e uma das consequências desse sofrimento é a baixa auto-estima. Mas o que realmente é isso que denominamos de auto-estima? Quais os sinais que a criança apresenta quando está com a auto-estima baixa? Como os pais podem colaborar para elevar a auto-estima do seu filho?

A definição de auto-estima é mais do que simplesmente o quanto a pessoa gosta de si mesma, o quanto se estima. É também como ela se vê e como se sente em relação a isso (feliz ou triste, feia ou bonita), como se avalia (capaz ou incapaz, de sucesso ou insucesso), quanto confia em si própria e se tem a capacidade de expressar para si e para os outros de forma adequada os próprios sentimentos, necessidades e desejos.

Quando a criança está com a auto-estima baixa ela apresenta alguns comportamentos como choramingar, trapacear em jogos, culpar os outros por tudo, agradar demais as pessoas (distribuindo doces, dinheiro ou brinquedo por exemplo), desculpar-se constantemente, não assumir seus erros sempre arrumando uma desculpa para eles, necessidade de vencer em tudo que faz, perfeccionismo, gabolice exagerada, ser retraído ou tímido demais, ser crítico em relação a si mesmo, ter medo de experimentar coisas novas, sentir-se incapaz de fazer escolhas e tomar decisões, desconfiar das pessoas, ser incapaz de dizer “não” para os outros, querer coisas materiais demais, recorrer a diversas formas para chamar a atenção (perturbar os outros, fazer palhaçadas, quebrar objetos propositalmente, etc.), adotar comportamento anti-social e comer demais.

De que forma os pais podem ajudar para elevar a auto-estima de seu filho? Existem algumas atitudes que se forem adotadas no dia-a-dia contribuirão para melhorar a auto-estima da criança e do adolescente. São elas:

Escute o que seu filho tem a dizer. Reconheça e aceite os sentimentos dele mesmo que discorde deles.

Aceite-o como é. Trate-o com respeito.

Dê-lhe críticas e elogios específicos, diretos. Se seu filho fez algo bom elogie aquela situação específicamente. E faça o mesmo se ele fizer algo ruim, criticando apenas aquela situação específica. Isso o ajudará a perceber suas potencialidades e limitações. Evite generalizações, evite dizer frases que comecem com “Você nunca...” ou “Você sempre...”.

Seja honesto com ele.

Use “eu” em vez de “você”. “Eu estou me sentindo incomodada com o volume da música que vem do seu quarto”, em vez de “Você é tão barulhento!”

Ajude-o a desenvolver a autonomia. Além de regras e controles dê à criança responsabilidades, independência e a liberdade de fazer livres escolhas.

Envolva-a na resolução de problemas e tomada de decisões relativas à sua própria vida. Permita, por exemplo, que ele escolha a própria roupa que irá vestir (mesmo que, para você, as peças pareçam não combinar) ou antes de mudá-lo de escola pergunte a ele o que acha dessa mudança, etc.

Respeite seus sentimentos, necessidades, vontades, sugestões, a sua própria sabedoria.

Seja um bom modelo – pense bem de si mesmo, faça coisas para você mesmo. É bom encontrar prazer nas proprias coisas. Entenda que é bom gostar de si próprio. É bom sentir-se satisfeito com conquistas.

Evite julgamentos, evite dar montes de conselhos e frases do tipo “você deve”. Lembre-se que situações emergem diferentes sentimentos e pensamentos para cada um. Não espere ou determine que seu filho sinta, pense ou aja como você. Respeite-o na sua diferença.

Se seu filho lhe dizer: “Eu sou tão feio!” ou qualquer outro sentimento negativo em relação a si próprio, tome cuidado para não contradizê-lo e dizer: “Que nada! Você é tão bonito!”. É importante que ele expresse seus sentimentos, portanto, aproveite para perguntar a ele o porque dele estar se sentindo assim. Ouça-o.

Não o subestime. Leve seu filho a sério.

Se seu filho apresenta sinais de baixa auto-estima ajude-o adotando os comportamentos citados acima e, se ainda assim, eles permanecerem procure ajuda profissional. Lembre-se que a auto-estima elevada é essencial para se levar uma vida mais tranquila e prazerosa.

“Crianças não nascem preocupadas em serem boas ou más, espertas ou estúpidas, amáveis ou não. Elas desenvolvem estas idéias. Elas formam auto-imagens baseadas fortemente na forma como são tratadas por pessoas significantes, os pais, professores e amigos“. (Coopersmith, S. – 1967).



Artigos relacionados:
Você conhece o Bullying? (4 de maio, 2009)
O comportamento alimentar de uma criança (1 de dezembro, 2008)
A Importância de Estabelecer Limites (30 de maio, 2008)
Pais Ausentes (11 de abril, 2008)