A importância do cálcio na alimentação de crianças e adolescentes está fundamentada
nas principais funções desse elemento na formação e na manutenção da estrutura óssea,
assim como nos processos fisiológicos e bioquímicos em que está envolvido. Os íons
cálcio regulam uma série de importantes processos.
É na infância e adolescência que o cálcio se faz mais necessário, pois uma densidade
adequada do osso nessa etapa de sua formação poderá ser, na fase adulta e na terceira
idade, um fator de diminuição de risco de osteoporose, caracterizada pela perda de massa
óssea levando a um maior risco de fraturas.
Portanto realizar regime de ingestão de cálcio, particularmente do leite e outros
laticínios, é inadequado em crianças e adolescentes. Como conseqüência, o desenvolvimento
ósseo na fase de crescimento pode ser potencialmente reduzido.
Uma pesquisa recente determinou os efeitos de um aumento na ingestão de leite na
densidade óssea em resposta ao treinamento de resistência em 14 garotos com idades
entre 13 a 17 anos. Os participantes beberam três porções (>236ml) diárias de 1% de
leite integral (equivalente a >1,500 g cálcio por dia).
O programa de resistência que durou 12 semanas consistiu de três sessões de 1 hora
de duração por semana, com cargas e equipamentos diferentes. Mudanças antropométricas,
de força, de densidade óssea e do conteúdo ósseo mineral foram comparadas com um grupo
de treinamento sem a suplementação do leite.
Com o treinamento houve uma melhora da força nos membros inferiores e membros
superiores (nos exercício de agachamento e supino) em +43% e +23%, respectivamente,
em ambos grupos combinados, e massa magra aumentou em +5.1%. Comparado com os
participantes do grupo controle que ingeriram leite, foi observado um aumento
significativo na densidade óssea mineral.
Estes achados fundamentam o conceito de que o aumento do consumo de cálcio através
do consumo de leite pode melhorar a saúde óssea de adolescentes fisicamente ativos.
Devemos então incentivar a prática de atividades físicas entre crianças e
adolescentes, e estas devem ser aliadas às atividades lúdicas. Os adolescentes
podem fazer exercícios aeróbios de baixo impacto, musculação e alongamentos.
É importante deixar claro que quando falamos da musculação não estamos falamos
de treinamento de hipertrofia, e sim de um programa elaborado levando em consideração
a carga, séries, repetições e intervalos, respeitando a individualidade biológica de
cada um, pois as crianças precisam de tempo para se adaptar.
As maiorias das crianças se beneficiam na musculação com os programas de
treinamento de força, pois o mesmo ajuda a melhorar o condicionamento físico,
o desempenho no esporte e redução de possíveis lesões durante as atividades
esportivas e recreativas.
O treinamento de força na musculação deve ser bem planejado e orientado por
profissionais qualificados. As pessoas devem procurar academias que lhes ofereçam
serviços e profissionais qualificados e regulamentados ao Conselho Federal de Educação Física.
Não devemos esquecer também que educação nutricional adequada nessas faixas
etárias poderá em muito contribuir para uma boa nutrição na infância e adolescência,
garantindo uma ingestão adequada de cálcio e um bom desenvolvimento. E a educação
nutricional pode ser uma ferramenta muito útil para garantir, desde a infância,
uma noção adequada sobre a importância e o papel dos alimentos.
A ingestão básica de cálcio se dá através da ingestão de leite e derivados diariamente.
Onde Buscar:
Queijos, leites, manteiga, ovos e vegetais verde-escuros, como o brócolis, são
considerados ótimas fontes. Contudo, vale lembrar que o cálcio dos vegetais não
costuma ser bem absorvido pelo organismo por causa de substâncias não-nutrientes
conhecidas como oxalatos.
Quando o assunto é absorção, não se deve esquecer da função da vitamina D.
Ela ajuda - e muito - o organismo a reter o cálcio nos ossos. Cereais, alguns
frutos do mar, óleo de fígado de bacalhau e leites enriquecidos são ótimas
fontes de vitamina D.
Mas os cuidados para manter os ossos resistentes não param por aqui. Além de manter
uma alimentação balanceada, procure passear ou se banhar ao sol sempre que possível.
Os raios ultravioleta liberam a produção de vitamina D na pele. Não deixe, porém, de
aplicar protetor solar e de respeitar os horários em que as radiações oferecem menos
riscos à saúde (antes das 10h e após as 16h).
Tenha bom-senso
O consumo excessivo de cálcio pode levar a hipercalcemia, doença caracterizada pela
excessiva calcificação dos ossos e tecidos moles. Não raro, tal distúrbio abre caminho
para a formação de cálculos renais. Por esta razão, suplementos à base de cálcio só
devem ser recomendados para pessoas que não consomem este mineral em doses suficientes
ou que não conseguem retê-lo. Quem mantém uma dieta balanceada, ou seja, bebe regularmente
de duas a três porções de leite (250ml cada) e se alimenta com seus derivados todos os dias,
não tem razão para recorrer a suplementos.
Além do cálcio, para manter seus ossos fortes e bem construídos, não deixe de incluir frutas
e vegetais em seu cardápio. Segundo pesquisas publicadas no American Journal of Clinical Nutrition,
eles apresentam boas doses de potássio, betacaroteno, vitamina C e magnésio, substâncias também
apontadas como responsáveis pela manutenção e resistência da massa óssea.