Gorduras para a diminuição do risco de doenças cardiovasculares?
Carolina Sapienza, Nutricionista do Movere
4 de maio, 2005

Saiba que as gorduras têm sua importância na alimentação, além de serem carregadoras de vitaminas lipossolúveis (vitamina A, D, E, K), isto é, sem a gordura essas vitaminas não são absorvidas; elas auxiliam na proteção dos órgãos, na preservação da temperatura do organismo e em maior sensação de saciedade.

As gorduras podem ser:

Saturadas:

Gorduras existentes nos alimentos de origem animal, no qual tem uma consistência mais sólida e uma maior facilidade de adesão nas artérias. Podemos encontrar essa gordura em alimentos como: laticínios integrais, carnes, ovos, queijos, pele de frango.

Monoinsaturadas e polinsaturadas:

Gorduras existentes nos alimentos de origem vegetal, no qual têm uma consistência mais líquida e não aderem nas artérias com tanta facilidade. Podemos encontrar em gorduras como: óleos vegetais no geral e em peixes.

Atualmente existem estudos mostrando que para pessoas saudáveis a qualidade da gordura pode ser mais importante do que a quantidade de gordura consumida quando relacionamos ao risco de doenças cardiovasculares.

De acordo com um estudo demonstrado no Archives of Internal Medicine em 24 de janeiro deste ano, a substituição por gorduras polinsaturadas tem sido recomendada há décadas para prevenção de doenças cardiovasculares, mas poucos estudos têm algum suporte científico. Assim, Dr. David E. Laaksonen, da Universidade de Kuopio, na Finlândia, junto com colaboradores, avaliaram durante 15 anos, em 1551 homens de meia idade o consumo de gorduras polinsaturadas e de ácido graxo linoléico (w-6) e relacionaram à morte por doenças cardiovasculares e outras causas.

Homens de meia idade com níveis séricos proporcionais de ácido linoléico, ácido graxo w-6 e principalmente gorduras polinsaturadas tem 3 vezes menos chances de morrer de doenças cardiovasculares do que homens com proporções menores. A ingestão alimentar de ácido linoléico e gordura polinsaturada avaliada pelo registro alimentar de 4 dias foi associada inversamente com doenças cardiovasculares, diferente das gorduras totais.

Dessa forma os autores concluíram que a qualidade da gordura alimentar parece realmente ser mais importante do que a quantidade na redução da mortalidade por doenças cardiovasculares em homens de meia idade.

Modernidade, facilidades e novas gorduras

Hoje em dia, com o desenvolvimento tecnológico que o mundo vem passando, temos uma maior oferta de produtos industrializados que visam "facilitar" o dia de quem não tem muito tempo. Assim, dentro da linha das gorduras menos saudáveis existe a gordura trans, uma gordura de origem vegetal que teoricamente deveria ser saudável, mas, que pelo processo de hidrogenação que passa (gorduras vegetais hidrogenadas) ela se torna tão perigosa quanto a gordura saturada. Por isso atenção evite o consumo excessivo de pratos congelados, bolos industrializados, sorvetes, margarinas e etc.

A atenção deve continuar

Mas não devemos esquecer que apesar de existir as gorduras saudáveis a densidade energética delas é elevada, independente da qualidade. Para o controle de calorias com objetivo de emagrecimento devemos manter a atenção e não exagerar.



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