A relação mãe/bebê é decisiva para o modo de organização do funcionamento psíquico. Uma mãe
em função de seus problemas, desejos e medos inconscientes, pode induzir no bebê uma relação
aditiva à sua presença e aos seus cuidados. Esse laço aditivo pode impedir a maturação do
desenvolvimento saudável. Nesse caso, a criança não tem a possibilidade de criar seus próprios
recursos psíquicos para superar tensões o que coloca em risco sua capacidade de estar só e a
presença materna será ativamente solicitada. Na falta da mãe, posteriormente o alimento. Para
suprir a falta do objeto materno que cuida, o obeso vai procurar no mundo externo um substituto
dos objetos faltantes em seu mundo interno; a comida. O alimento oferece apenas ajuda temporária
e é por isso que ocorre uma busca compulsiva.
A superproteção materna impede o conhecimento da criança acerca de si mesmo e de seu limites
pessoais, inclusive, do real tamanho de seu estômago e de quanta comida pode caber lá dentro.
A mãe precisa ensinar a criança a lidar com frustração e isso só é possível se deixar o filho
entrar em contato com a "falta".
É importante ajudar a criança a confiar em seus sentimentos. Sentir-se capaz de inventar
soluções criativas para resolver seus problemas, o que acaba refletindo em sua auto-estima.
Isto poderá favorecer mudanças dos padrões alimentares e do vínculo mãe/filho, contribuindo
para promoção da qualidade de vida.